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Terapias complementares em animais

 Terapias complementares em animais

Já muito comum na China e em países orientais, as terapias complementares vem ganhando espaço nos países ocidentais, especialmente no Brasil. Ela pode ser complementar ou uma alternativa à medicina tradicional, adotando uma postura holística e naturalística diante da situação. Entre as terapias encontramos a acupuntura, o reiki, a hidroterapia e hidromassagem, a homeopatia, a ozonioterapia e muitas outras. E graças à grandes profissionais da medicina veterinária, hoje podemos utilizar dos melhores recursos também para tratarmos nossos animais.
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O uso de terapias complementares em animais vem crescendo a cada ano e de acordo com a Associação Americana de Hospitais Animais, mais de 20% dos donos já recorrem aos tratamentos alternativos para tratarem seus pets. As mais comuns são a homeopatia, as massagens e a aromaterapia. A procura também é grande devido ao valor, principalmente dos medicamentos, que acabam sendo inferiores aos da medicina tradicional.
Segundo o professor da Funeso – Fundação de Ensino Superior de Olinda, Rodrigo Abreu, “alguns profissionais são levados a crer que somente os dados objetivos, obtidos através de exames, têm valor, e quanto mais sofisticados eles forem, melhor; com essa visão, o profissional esquece de olhar para o paciente e consequentemente perguntar o que ele está sentindo.”. E é justamente esse o ponto das terapias holísticas/alternativas: olhar o indivíduo como todo.
Hidroterapia
Nas últimas décadas, a Hidroterapia sofreu um grande impulso devido a sua utilização sistemática, usada na recuperação de deficiências físicas e na medicina esportiva. Nos animais, já é utilizada há algum tempo, especialmente em cavalos competidores. Utilizando a água, a técnica usa de exercícios para recuperar ou melhorar a performance de grupos musculares.
A hidroterapia é indicada para alívio da dor, tensão e inchaço; fortalecimento dos músculos e manutenção; alívio de espasmos musculares; aumento da amplitude de movimento das articulações; melhora da circulação sanguínea; melhora da condição física (pulmões e coração); melhora na cicatrização; aumento da velocidade de recuperação de lesões. Todas essas indicações são possíveis principalmente ao efeito da água morna e sua capacidade de ser um “anti-inflamatório natural”, que ajuda a reduzir o inchaço e a dor. Além disso, ela é indicada para cães obesos, que não poderiam se exercitar no solo por causa de possíveis sobrecargas nas articulações.
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Existem três modalidades: a hidroterapia em locais maiores a hidroesteira e até mesmo a natação, cada uma com seu benefício.
Na hidroesteira o animal caminha, assim como o próprio nome diz, em uma esteira dentro da água morna, que ajuda na diminuição do impacto sobre as articulações. Ela é ideal para tratamentos de condições como artrites, paralisias musculares, obesidade e na recuperação de cirurgias ortopédicas.
A natação, além de servir como uma ótima atividade de recreação para animais agitados, é ótima para ajudar na condição física do animal, principalmente dos atletas!
Massoterapia
Massoterapia é o termo utilizado para designar certas manipulações dos tecidos moles do corpo. São efetuadas com maior eficiência com as mãos e são realizadas com a finalidade de produzir efeitos sobre os sistemas nervoso, muscular e respiratório. Promovem a ativa-ção da circulação sanguínea e linfática, tendo efeitos localizados e sistêmicos. (Gertrude Beard, 1952).
Os primeiros registros de técnicas de massoterapia datam de 2598 a.C., na China. Porém, há também descritos indianos e gregos, inclusive, Hippocrates descrevia a massagem como uma terapia efetiva para tratar injúrias de esporte ou de guerra.
Dentre as técnicas utilizadas pela massoterapia, estão o anmá, que significa pressão e deslizamento dos dedos, o famoso shiatsu, que relaxa profundamente o corpo, promovendo sensação de bem-estar, assim como a drenagem linfática. Todas essas técnicas auxiliam tanto na parte da saúde do animal, tratando inchaços e dores musculares e articulares, como na parte de comportamento, reduzindo o estresse, agressividade, hiperatividade e ansiedade.
A massoterapia ajuda a diminuir a tensão nos músculos, diminuindo a dor do animal e quebrando o ciclo contínuo de dor e tensão. Assim como em humanos, a massagem, quando utilizada no tratamento, aumenta a circulação de sangue na região massageada, o que auxilia na oxigenação e aumenta a drenagem linfática e venosa. Isso faz com que aumente o retorno nas funções dos músculos e crie uma sensação de alívio. Com o aumento da circulação, a temperatura da região também aumenta, o que, combinado com os outros fatores, auxilia na recuperação de músculos, pois há aumento da elasticidade dos mesmos. Massagens podem ajudar também a liberar nódulos nos músculos, que causam bastante dor e desconforto no pet. Além disso, também é excelente para relaxar o animal, já que a massagem libera endorfinas, o que aumenta a sensação de bem-estar do cachorro antes e durante a fisioterapia.
Acupuntura
Utilizada pelos chineses a mais de cinco mil anos, há pouco conquistou o reconhecimento pelo Conselho Regional de Medicina Brasileiro. É uma das técnicas mais usadas e comuns em nosso país, indicada para o tratamento de diversas doenças e sintomas, como dores na coluna, articulares e musculares, doenças crônicas, problemas de pele, imunidade, paralisias faciais e de membros, entre muitos outros.
Com agulhas finíssimas próprias para a prática, a técnica da acupuntura consiste na aplicação do material na pele dos animais, sendo inseridas superficialmente ou até mesmo alguns centímetros a dentro, penetrando pele e músculos. Isso causa estímulos no corpo do animal, que levarão respostas ao organismo, ocasionando cura ou controle de doenças, ou mesmo ajudando no quadro de bem estar do animal.
A acupuntura veterinária só deve ser praticada por profissionais especializados, que irão dar o diagnóstico correto antes de iniciar qualquer tipo de tratamento.
“A acupuntura pode proporcionar um ou mais efeitos terapêuticos nos animais”, explica a médica veterinária acupunturista Rosmeire de O.S. Jacinavicius. “São eles: 1) Efeitos terapêuticos locais, que consistem em tratar a área afetada próxima a lesão; 2) Efeitos terapêuticos remotos, onde são tratadas áreas distantes a área afetada; 3) Efeitos terapêuticos especiais, onde condições e sintomas são tratados, como por exemplo náusea e vômito.”
Apesar de ser indicada para vários problemas, Rosmeire explica que a acupuntura “só não pode ser realizada em cima de tumores, principalmente quando estes estão ulcerados. Mas em pacientes com tumores conseguimos dar qualidade de vida, reduzindo o tamanho do tumor para cirurgia, evitando retorno tumoral no pós cirúrgico e tirando a dor e o desconforto causado por ele.”
Hoje, inclusive, cães com cinomose conseguem superar a doença, como não conseguiam antes, como é o caso do cão Teddy, tratado por Rosmeire. Com 9 meses de idade apresentava sequelas da doença.
Com o tratamento clínico ele permaneceu com convulsões, sintoma típico da doença, além de não conseguir ficar em pé e tinha alterações neurológicas. Com o inicio do tratamento com a acupuntura, as crises convulsivas começaram a se espassar, o cão começou a ficar em pé, o que possibilitava locomoção para se alimentar e hoje já possui melhora de 90% nas lesões neurológicas.
Reiki
O reiki é usado há milhares de anos, sendo uma técnica suave e não invasiva, que utiliza das mãos para canalizar energia, limpando o organismo do paciente, eliminando toxinas e reestabelecendo energia. Ele atua em 4 aspectos: físico, emocional, mental e espiritual.
A terapia nos animais age da mesma maneira que nos humanos e pode ser utilizada para tratar distúrbios comportamentais (como agressividade, hiperatividade, estress, ciúmes, etc) e também no tratamento pós cirurgico, ajudando no processo de cicatrização.
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No tratamento de animais domésticos e mansos, o reiki é feito por imposição direta das mãos. Para os animais de grande porte, agressivos e selvagens, utiliza-se o reiki à distância. Seja qual for a forma, os tratamentos são igualmente eficazes.
Ozonioterapia
A ozonioterapia é usada desde o século 19, principalmente na Alemanha, onde ocorreram os primeiros testes. Inicialmente, era usada para combater infecções de ações bacterianas e germes na pele humana, principalmente durante a Primeira Guerra Mundial.
Hoje, o tratamento com ozônio medicinal é sempre uma mistura de ozônio e oxigênio e possui propriedades antiinflamatórias, antissépticas e ajuda a melhorar a circulação periférica e oxigenação. Por isso, a ozonioterapia é indicada para vários tipos de patologias.
“Na Medicina Veterinária, a ozonioterapia, vem sendo utilizada amplamente em diversas patologias infecciosas bacterianas, virais ou fúngicas, em casos ortopédicos com patologias degenerativas, traumáticas e infecciosas, patologias vasculares, autoimunes, neoplasias e patologias neurológicas. A terapia funciona muito bem em casos de artrite e artrose séptica, tendinites, úlceras e afecções cutâneas, problemas dermatológicos, entre outros.”, explica as médicas veterinárias Yanitza Jabur e Priscila Sanches, da clínica Vet Care.
Além dos inúmeros benefícios à saúde do paciente, segundo as médicas, a terapia tem um baixo custo, de fonte renovável e que não gera efeitos colaterais. Ela pode também ser um complemento à acupuntura, favorecendo ainda mais a recuperação do animal.
Células Tronco
Conhecia também por medicina regeneratica, as células tronco já são realidade em tratamentos para animais. Devido a sua capacidade de se diferenciar em diversos tipos de células, quando introduzidas no organimos do animal, passam a adquirir a forma e a função das células locais, possibilitando reparo de órgãos e tecidos. Além disso, ao contrário de tratamentos tradicionais, com uso de medicamentos, o tratamento com células tronco não é agressivo ao organismo e não gera efeitos colaterais.
Em cães, gatos e equinos, o tratamento é bastante conhecido para lesões do tendão, ligamento e articulações e ossos. Doenças como a cinomose, já estão sendo estudadas e os resultados são positivos para tratamento de sequelas da doença.
Ele é feito da seguinte maneira: são coletados tecidos adiposos do paciente e enviados à uma clínica especializada que isola as células tronco e as prepara para injeção. Essas células são enviadas ao veterinário que as aplica no local da intervenção.
Como podemos ver, existem centenas de tratamentos alternativos para nossos animais, sendo a maioria deles também utilizados em serem humanos. Os custos podem variar, sendo uns mais caros que os outros, porém, podem ser uma alternativa de tratamento e muitas vezes, a solução que poderá mudar e até salvar a vida de seu pet.

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