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Primeiros Socorros em cães e gatos: Você sabe o que fazer em uma emergência?

 Primeiros Socorros em cães e gatos: Você sabe o que fazer em uma emergência?

Seu cão comeu o que não deveria? Arrumou briga na rua? Saiu correndo e se envolveu em um acidente de trânsito? Gatinho pulou da sacada? Muita calma nessa hora! É importante entender que nenhuma ação substitui o atendimento veterinário, mas elas podem ajudá-lo a ganhar tempo enquanto a ajuda profissional não chega ou até mesmo evitar que a situação se agrave.
Preparamos esse Guia de Primeiros Socorros para você guardar em casa e saber o que fazer nos principais casos de emergência.
Seja qual for o caso, procure manter a calma.
Em desespero, o dono pode cometer erros ou não conseguir colocar em prática uma medida simples, mas importante. Além disso, animais com dor podem se tornar agressivos, mesmo com seus próprios donos, portanto, nada de movimentos bruscos e nem pense em gritar!
primeiros-socorros-em-caesCom o avanço de grandes centros urbanos os acidentes domésticos com nossos animais vêm crescendo exponencialmente.
É de suma importância manter a calma, para então fornecer informações primordiais ao médico veterinário para que ele possa realizar um atendimento de excelência.” explica o médico veterinário Dr. Luiz Gustavo M. Agessi, sócio proprietário do Hospital Veterinário Pet Son. “Dados como idade, histórico de doenças previamente conhecidas, tempo da exposição e ou duração do acidente são muito importantes na hora de socorrer um animal.” continua.
Ocorrências comuns
Entre as principais ocorrências emergenciais temos acidentes automobilísticos, envenenamentos por venenos, plantas tóxicas, intoxicações por produtos químicos, convulsões, sangramentos ativos, dispneia severa (respiração muito ofegante com a língua ficando roxa) e afogamentos. Há também situações urgentes, que tem esta classificação risco não iminente de morte, como: queimaduras, espinhos de ouriço, fraturas de membros, sangramento estancados, dispneia leve, entre outras.” comenta o Dr. Agessi.
Afogamento
Os afogamentos acontecem, principalmente, por negligência dos próprios donos, que deixam piscinas e outros lugares com água ao alcance do animal sem nenhuma proteção. Até mesmo baldes podem representar perigo, especialmente quando se tem um filhote em casa. A curiosidade ou a vontade de matar a sede são as principais causas de afogamento.
Apesar de serem nadadores natos, acidentes podem acontecer e serem fatais, ou deixarem sequelas terríveis para o pulmão do animal, que talvez nunca se recupere.
Ao perceber o afogamento, retire rapidamente o animal da água e o apoie em uma superfície firme. Mantenha-o com a cabeça abaixo do nível do resto do corpo. Caso ele não esteja respirando, tente o seguinte movimento de respiração:
1. Feche a boca do animal, prendendo bem o focinho.
2. Eleve a cabeça do cão, encoste a sua boca no focinho dele e sopre dentro dele, percebendo que o peito dele se eleve.
3. Deite a cabeça novamente e pressione lentamente o peito para que o ar saia.
Observações:
– Repita esse procedimento até 10 vezes por minuto. Ele pode ser decisivo na hora de salvar seu pet.
– Mantenha o animal aquecido até a chegada do veterinário.
– Mesmo que pense que o animal está ok, o veterinário é muito importante e decisivo nas primeiras 24h após o acidente.
Atropelamento
Uma das ocorrências mais comuns e que pode ocorrer em um piscar de olhos, mesmo durante aquele passeio tranquilo onde o cão está na guia. Ao tentar socorrer o animal, o dono acaba colocando-se em perigo e pode terminar também acidentado ou até mesmo mordido pelo animal.
Segundo Natalia Pacheco e Bianca Cidral, sócias proprietárias na Imagem Vet Vinhedo, os atropelamentos acontecem, em sua maioria, por causa de fugas. “Normalmente recebemos casos de atropelamento em casos de fuga, mas também é muito comum os bichinhos serem atropelados na garagem de casa, por algum descuido, ou naquela famosa voltinha”, explicam.
Para não piorar a situação, evite mover o animal até que o médico veterinário chegue ao local. Caso tenha que movê-lo, tente utilizar a focinheira para se proteger contra mordidas. Elas são muito comuns quando os animais estão com dor, mesmo que nunca tenham mostrado agressividade. Tente esperar o animal se acalmar antes de se aproximar.
Nos casos de atropelamento, é de suma importância imobilizar o animal, evitando movimentá-lo. Se possível, colocar o animal em uma superfície plana (tábua ou papelão) e levá-lo ao veterinário para estabilizar o paciente”, aconselham Natalia e Bianca.
Caso seu animal escape, não corra atrás dele. Mantenha-se calmo e chame-o. Assim, ele entenderá que você também quer brincar e voltará até você.
Briga com outros animais
O maior perigo de tentar separar a briga de dois animais é acabar se ferindo, portanto, caso tenha que interferir, nunca o faça diretamente.Tentar puxar a coleira do animal é a primeira ação de quem está perto, mas nessas horas, o cão certamente irá se virar instintivamente para mordê-lo.
Jatos de água costumam ser eficientes e podem apartar a briga. Eles serão suficientes para que os cães se distraiam e deixem a briga de lado. O mesmo serve para gritos e barulhos altos, como buzinas. Se isso não resolver, segure as duas patas trazeiras do animal. Isso fará com que o pulmão fique pressionado e o cão tenha que abrir a boca para respirar normalmente, o que deixará ele afastado do outro animal.
Engasgamento
A tosse é o principal sintoma de que algo está atrapalhando as vias respiratórias do animal: desde uma coleira apertada até um engasgamento causado por um pedaço de osso mal mastigado.2
Para entender se é um desconforto passageiro ou se o animal está engasgado, preste atenção em alguns sinais e realize alguns procedimentos:
– Inicialmente, observe e veja se seu cão consegue tossir. Caso consiga, fique de olho para ver se o objeto será eliminado. Mesmo voltando ao normal, uma visita ao veterinário é essencial para garantir que ele não tenha ingerido nada perigoso que poderá causar complicações futuras e também descartar qualquer outro problema.
– Tente olhar dentro da boca para identificar o que está parado. Abra a boca do animal gentilmente e coloque a lingua dele para o lado. Se necessário, utilize uma lanterna para ajudar na visualização.
– Caso consiga identificar o objeto, tente retirar, mas cuidado para não piorar ainda mais a situação forçando o objeto ainda mais para dentro.
– Nessas horas o cão pode estar em pânico, e mesmo sendo dócil, pode acabar mordendo.
– Em cães pequenos e médios você pode tentar segurá-lo por suas patas traseiras, de cabeça para baixo, saindo do chão. Nessa hora, tente sacudí-lo, aproveitando a força da gravidade para empurrar o objeto para fora.
– Em cães grandes, onde é quase impossível segurá-los de cabeça para baixo, deixe as patas dianteiras no chão e erga as traseiras, como se estivesse segurando um carrinho de mão, inclinando o cão para frente.
Caso não consiga remover o objeto:
> Cães de até 20kg: use a palma da mão e aplique de 4 a 5 golpes fortes no cão entre os omoplatas.
> Cães maiores que 20kg: vire o cão para o lado e coloque a palma da sua mão no meio do peito do cão. Segure por 2 seguros e solte por 1. Repita o procedimento entre 60 e 90 vezes por minuto.
Envenenamento
Ocorre por diversos motivos, desde negligência dos donos, acidentes e até maus tratos. É uma emergência e o animal deve ser levado às pressas ao veterinário. E isso vale para qualquer ingestão acidental: medicamentos de uso humano, substâncias de uso não legalizado e até mesmo plantas e flores que possam ser tóxicas.
Entre alguns sintomas do envenenamento estão: salivação excessiva, lacrimação, diarréia, vômito, contrações musculares, respiração alterada e convulsões.
– Caso seu animalzinho tenha sido envenenado propositalmente, peça um laudo médico e registre um Boletim de Ocorrência na polícia. Além da comercialização de alguns venenos ser proibida, o ato é crime de maus tratos contra animais e deverá ser julgado.
Os gatos são os maiores alvos de envenenamento, porém, os cães são os que mais chegam às clínicas. Infelizmente, eles costumam passear sozinhos pelas ruas e na maioria das vezes, acabam morrendo sem conseguirem voltar para casa.
plantas toxicas para caes e gatos
Queimaduras
Esse tipo de acidente é comum em animais que são acostumados a viver dentro de casa. Outra causa é a ingestão de substâncias químicas que possam causar queimaduras na boca e também internas, além de queimaduras do próprio sol, principalmente em animais com pele e focinhos claros/rosados.
Os acidentes mais frequentes de queimaduras em animais de estimação ocorrem por contato do animal com água quente ou óleo quente na cozinha; fios ou cercas elétricas; produtos químicos (soda cáustica, ácido sulfúrico); exposição ao fogo, ao sol e lâmpadas de aquecimento por período prolongado.” conta a médica veterinária Juliana Dutra da clínica VET’S LAR.
Assim como nos humanos, os animais podem ter queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. O tratamento deve ser indicado por um médico veterinário o mais rápido possível para que ele possa amenizar a dor do animal.
As queimaduras por óleo e água quente ocorrem muito com calopsitas que ficam soltas dentro de casa. Elas se assustam facilmente com qualquer barulho e durante um susto, podem voar e bater em objetos, caindo nos piores lugares possíveis, como uma panela quente. Por isso, a atenção deve ser redobrada e os animais devem ser mantidos em lugares seguros.
O que fazer em casos de queimadura? A Dra. Juliana responde:
– Mantenha a calma. O principal é resfriar o local da queimadura para reduzir a sua extensão.
– Prepare compressas frias (pano limpo umedecido com água em temperatura ambiente) e cubra as lesões.
– Leve ao médico veterinário o quanto antes. Somente este profissional poderá avaliar o grau da queimadura e o tratamento de acordo.
– Não utilize gelo nas lesões, nem produtos caseiros (farinha de trigo, pó de café, amido de milho, etc).
– No caso dos produtos químicos, evitar o uso de água que pode agravar a reação química.
• Ácido Sulfúrico: enxaguar com solução de detergente neutro e pouca água;
• Ácido clorídrico: enxaguar com solução de bicarbonato de sódio e pouca água;
• Ácido carbólico: enxaguar com álcool isopropílico e não utilizar água;
Quedas
Depois do engasgamento, a queda ocupa segundo lugar no ranking de acidentes domésticos. Gatos e animais pequenos estão entre os mais acidentados, principalmente por caírem de mal jeito de lugares altos e também de sacadas e janelas de apartamentos.
Os casos mais comuns de quedas são do colo dos proprietários e de seus filhos. Elas também são mais frequentes em felinos, que podem cair de janelas, varandas, árvores, telhados, entre outros” conta Dr. Allan Ganeo, médico veterinário especialista e proprietário da Echoa – Cursos e Diagnósticos Veterinários.
A prevenção é muito simples. Procure não deixar que o animal suba em lugares altos, não deixe filhotes em cima de móveis e camas e muito cuidado ao segurá-los. As janelas e portas podem ser protegidas com grades e telas de segurança.
Caso aconteça, muito cuidado para não levar uma mordida ao tocar o animal. Tente movê-lo o menos possível e tente colocá-lo em cima de uma superfície dura para facilitar o transporte. Nessas horas, é importante controlar qualquer sangramento visível e procurar um veterinário imediatamente para garantir que não existe nenhum sangramento interno.
Caso o animal tenha sofrido uma queda e esteja imóvel no solo, mantenha-o na posição original para evitar possíveis traumas pós queda. Se estiver se movimentando, porém com claudicação (mancando) ou sem apoiar alguma das patas, tente conter seu movimento.”, finaliza Dr. Allan.
Hemorragias
Hemorragia é toda perda de sangue que o organismo pode sofrer, seja rápida ou de forma lenta e gradativa. Dependendo da quantidade de sangue, o animal pode apresentar anemia, falta de disposição, diminuição ou perda de apetite, respiração acelerada e mucosas pálidas.
O que fazer em casos de hemorragia externa?
– Aplique um pano limpo ou compressas de gaze sobre o local e pressione por alguns minutos. Mantenha a pressão até o sangramento parar.
– Coloque compressas de gaze sobre o ferimento e proteja com esparadrapo.
– Leve o animal ao veterinário para que ele prossiga com o tratamento.
– Nas patas e cauda você pode aplicar um torniquete, caso o sangramento seja severo. Amarre o membro um pouco acima da região do sangramento. Afrouxe a cada 5 minutos e depois volte a apertar.
Observação: Orelhas e patas costumam sangrar bastante tempo.
Esperamos que essas informações tenham ajudado a entender um pouco mais sobre a importância dos primeiros socorros e também o que fazer caso algo aconteça. E lembre-se: Calma e prudência são as palavras chaves na hora de uma emergência!
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