Quem ama cuida e não maltrata
Quando fui vereador de Vinhedo(2001/2004), logo no início “comprei uma briga”com o prefeito da época em função da chamada “carrocinha”, que recolhia cães e gatos nas ruas e, se depois de uma semana o dono não fosse retirá-lo, eram sacrificados, e o pior, de forma cruel. Na época esta era uma prática comum ainda na maioria das cidades, e a maioria da população via isso como algo normal.
Após denunciar esta prática, e com apoio de algumas poucas defensoras dos animais que existiam na cidade, conseguimos acabar com a carrocinha e com estes assassinatos de animais saudáveis. Não conseguimos tudo que queríamos, que era a construção de um centro de zoonoses voltado à proteção e o bem estar dos animais e também campanhas regulares de castrações sem custo, mas ajudamos a colocar em pauta uma importante discussão que até então não existia.
Hoje a situação mudou muito em termos de conscientização da população, há muito mais ativistas que defendem os animais e a sociedade não aceita mais abusos e maus tratos. Em Vinhedo a situação está longe de ser a ideal, mas houve avanços e há por parte de alguns governantes uma maior consciência quanto a necessidade de ações mais efetivas nesta questão.
Gosto muito de animais em geral, e sou um apaixonado por cavalos desde criança. Monto, crio, estudo a fundo estes animais e sua relação milenar com o ser humano. Abro mão de outros prazeres para ter e manter meus animais bem cuidados. Gosto de montar, de lidar de cuidar, de ver um potro nascer e crescer saudável. Fico feliz também em ver meu filho desde que nasceu em contato com estes fantásticos animais.
Na relação entre homens e cavalos também evoluímos, hoje há um grau de consciência e uma preocupação com o bem-estar do animal muito maior, tanto entre criadores como entre usuários. A doma racional e gentil, que vem sendo difundida e cada vez mais praticada é um bom exemplo.
Melhoramos em relação ao passado, mas temos ainda muito abuso e maus tratos sendo praticados. É verdade que existe também muitos xiitas e radicais da causa animal, que por ignorância, preconceito ao que não é do seu meio, ou pela soma de ambos, falam muitas besteiras que em nada ajudam quem trabalha com seriedade e bom senso pela causa.
O verdadeiro cavaleiro, que ama o animal, cuida bem a não maltrata, mas há também os cachaceiros, os arruaceiros que querem apenas fazer farra, que maltratam e, em muitos casos levam o animais à morte. É gente que não é gente. Quanto a estes, todo cidadão de bem não pode se calar, tem que denunciar. Precisamos de mais conscientização e de leis mais duras e que sejam efetivamente aplicadas. Não podemos mais admitir maus tratos a qualquer espécie de animais. A responsabilidade é de todos nós.