Eles roubaram a cena

Como protagonistas de emocionantes aventuras e grandes sucessos de bilheteria!
Eles são adoráveis. Inteligentes, corajosos, carismáticos, bagunceiros, apaixonantes, medrosos, divertidos e atores!
Sim, os pets ganharam as telonas desde o cinema mudo e de lá para cá, personagens de quatro patas nos encantam com atuações dignas de receber um Oscar. Quem não se lembra do Scraps, o cãozinho vira lata de Charles Chaplin, no filme Vida de Cachorro?

São muitos os astros e estrelas de pelos, penas, patas e barbatanas que viraram protagonistas e brilharam no papel principal de filmes que conquistaram não só o coração do grande público, mas também bilheterias campeãs.
Afinal, os animais fazem parte do nosso cotidiano e filmes estrelados por eles, em histórias inspiradoras, algumas baseadas em fatos reais, são sempre marcantes e inesquecíveis. E Hollywood já sabe que uma mascote nas produções faz muito sucesso.
Nós do Guia 4 Patas, apaixonados que somos por animais e cinema, aproveitamos o clima do Oscar e elaboramos uma lista com particularidades de 12 dos mais conhecidos e históricos filmes estrelados por encantadores personagens pets.  Agora estoure a pipoca e divirta-se!
O primeiro da nossa lista não podia deixar de ser o filme Vida de Cachorro. Pioneiro, lançado em 1918, o curta-metragem mudo de 40 minutos que tem roteiro, produção e direção do genial Charles Chaplin se tornou um clássico das telonas. Ele conta a história de Carlitos, vivido também por Chaplin, um vagabundo que salva a vida de Scraps, um cachorrinho que está apanhando de outros cães. Os dois vivem boas aventuras nesse filme sensível e divertido.
Rin Tin Tin era pastor alemão de origem, francês de nascimento e americano de adoção.
Extremamente carismático, o cão não era muito admirado pelos atores não, pois roubava as cenas em que aparecia e chegou a morder seus “colegas” humanos, durante as gravações. Você conhece a verdadeira história do primeiro Rin Tin Tin?
Era 1918 e a Primeira Guerra Mundial destruía a Europa. Na França, um grupo de soldados americanos buscava um local para pousar os aviões e encontrou um canil militar todo destruído por bombardeios.  Em volta, uma vala com vários cães mortos, e uma cadela pastora alemã, muito fraca, com cinco cachorrinhos.
Os soldados ficaram com a mãe e os filhotes e o pastor alemão virou “ator” depois de participar de campeonatos e exposições de saltos em altura. Participou de 30 filmes, sendo eleito o melhor ator em 1927. O pastor alemão original viveu 13 anos, morrendo em 1932, brincando com seu dono no gramado.
O personagem ganhou ainda mais notoriedade com a série As Aventuras de Rin Tin Tin , exibida entre 1954 e 1959, época em que já era interpretado pelo quarto animal da família, bisneto do original, que não era tão corajoso assim e precisou de dublês para cenas mais arriscadas.
No auge de sua fama o astro foi o maior sucesso dos Estados Unidos. Seu cachê semanal era de 1.000 dólares, oito vezes maior do que o cachê recebido por outros atores. Hospedava-se em hotéis de luxo e mesmo depois de morto consagrava-se como personagem e maior exemplo de lealdade e coragem.
O labrador que estrelou o sucesso Marley e Eu caiu em cheio no gosto do público. Desengonçado e arteiro ele conquista a todos, transformando a vida de uma família. Emocionante, o longa traz diversas cenas que identificamos nas nossas casas, com nossos pets.
Para gravar as diversas fases da vida de Marley foram precisos 18 cães. A maioria deles resgatados de abrigos, poucos foram selecionados de criadores. De tão apaixonantes que eram muitos deles foram adotados pelo elenco e diretores.
Lassie ganhou fama em um seriado que foi exibido durante 20 anos. A cadela Lassie é vendida por sua família, que está com sérios problemas financeiros. Não satisfeita, Lassie viaja 1.000 milhas para retornar à casa de seus verdadeiros donos.
O primeiro cão que interpretou Lassie era um collie macho chamado Pall, que faleceu em 1958. Ao longo dos anos a personagem foi interpretada pelos seus descendentes. A Lassie da ficção sempre foi fêmea, mas os cães que as interpretavam eram machos, que têm um pelo mais bonito.
Baseado em fatos reais o filme Sempre ao Seu Lado é a maior prova de lealdade de um animal. Hachiko, um cãozinho da raça Akita, se identifica imediatamente com um professor universitário que o adota numa estação de trem. Hachiko vai até a estação todos os dias esperar seu dono. E assim o faz até mesmo depois da morte dele. A história encanta milhares de pessoas e emociona muito pela demonstração de companheirismo e dedicação do cão.
A história real é que o professor sofre um AVC e morre. Na época o cachorrinho estava com pouco menos de dois anos de idade.
Por quase 10 anos, Hachiko esperou seu dono na estação de trem, no mesmo horário de costume. Ele morreu com 11 anos, em 1935. Seus ossos estão enterrados no canto da sepultura de seu dono e sua pele foi preservada. Uma figura empalhada do animal pode ser vista no Museu Nacional de Ciências em Ueno, Japão.
Você deve conhecer algum cãozinho chamado Beethoven. O popular São Bernardo que estrelou vários filmes de comédia na década de 90 foi a inspiração para mui
tos cães. Desastrado, Beethoven conquista o coração de todos e arranca boas risadas do público com suas confusões.
O primeiro cão a interpretar Beethoven se chamava Chris. Quando ele morreu, após o segundo filme, a série continuou com mais cinco edições, estrelados por outros cães da raça São Bernardo.
No filme Beethoven: Corrida para a fama, foram utilizados três animais diferentes. Para os truques, Benz, nas cenas com os filhotes, Dolly, e para cenas mais específicas, como babar, entrou Boomer.
Outro longa-metragem baseado em uma história real é Resgate Abaixo de Zero. O filme se passa na Antártica. Num acidente inesperado uma equipe de pesquisadores precisa abandonar toda a base no local, por questões de segurança. Isso inclui os cães da raça Husky Siberiano. Durante seis meses, os animais ficam ali, sozinhos, e enfrentam todos os perigos de inverno rigoroso. Até que um pesquisador volta para resgatá-los. Não falta emoção nesta história.
Reprisado inúmeras vezes na televisão, o filme K-9 – Um Policial Bom pra Cachorro é uma boa comédia. Um cão da raça Pastor Alemão se junta a um policial para ajuda-lo a desvendar crimes, mas o cão, com sua personalidade própria, trabalha quando quer, o que rende muitas risadas ao espectador. Mas também mostra uma bela relação de amizade.

Um dos maiores astros caninos do cinema, Uggie nasceu em 2002. Da raça Jack Russel Terrier, Uggie iniciou sua carreira em show de talentos até sua primeira participação em Roqueiros, de 2005. Atuou nos filmes O Artista (2011) e Água para Elefantes (1982), filmes que renderam ao cãozinho o Pal Dog, a Palma de Ouro Canina, em Cannes, e o Golden Collar, Coleira de Ouro, em Hollywood. O cachê do cãozinho no filme O Artista foi cerca de 35 mil dólares.
Sua última participação no cinema foi em 2012, interpretando ele mesmo, no filme Os Candidatos. No mesmo ano Uggie ganhou uma estrela na calçada da Fama em Hollywood.
Depois que se aposentou Uggie ganhou uma biografia, “Uggie: The Artist – My Story”. Em 2015, com 13 anos, Uggie morreu em Los Angeles, EUA. Seu dono, Omar Von Muller tomou a difícil decisão de sacrificá-lo, diante de tanto sofrimento do animal que tinha um tumor na próstata.
Quem não se lembra de Benji? O famoso cãozinho esteve em nove filmes, entre os anos 1970 e 1980. O vira latas viveu boas aventuras e salvou a vida de duas crianças. O carinho de Benji com todos ao seu redor
encantou o mundo. O Benji original era uma mistura de poodle, schnauzer e cooker spainel, encontrado num abrigo na Califórnia. Faleceu em 1975.
O Mágico de Oz foi lançado em 1939, mas apenas quando foi exibido na televisão, em 1956, é que o filme ganhou mais popularidade.  Ele faz parte de uma lista de 25 filmes, chamada National Film Registry, selecionados por Hollywood, com as produções cinematográficas com maior valor cultural e histórico de todos os tempos.
Totó, o inesquecível cãozinho inseparável de Dorothy, foi vivido pela cadela Terry, da raça CairnTerrier. Ela recebia um cachê de 125 dólares por semana e chegou a quebrar uma pata durante as gravações.
Terry participou de 14 filmes ao longo dos seus 12 anos, falecendo em 1945. Totó ganhou até um Memorial no Hollywood Forever Cemetery, o Cemitério das Estrelas, em 2011.
101 Dálmatas é outro clássico do cinema. Encantou adultos e crianças e tornou os animais da raça dálmata os mais populares da história das telonas. Também né? Com tantos filhotinhos perseguidos pela Cruela Cruel que desejava fazer deles um belo casaco de pele… Como não se apaixonar pela raça? Na época eles viraram moda. O longa rendeu 136 milhões de dólares, só nos Estados Unidos, ficando em segundo lugar de maiores bilheterias de filmes sobre cachorros.
No filme Free Willy, Jesse, um menino que perdeu os pais muito cedo, conhece Willy, uma orca que está sendo treinada para ser a atração especial de um parque. Jesse e Willy desenvolvem uma estreita ligação emocional, e o garoto faz tudo para salvar o animal e devolvê-lo para o oceano.
Outro grande clássico do cinema é o filme Os Pássaros, de Alfred Hitchcock. Uma jovem da cidade de São Francisco vai até uma pequena cidade isolada da Califórnia, atrás de um potencial namorado. Mas de repente começa a acontecer fatos estranhos na cidade: pássaros de todas as espécies passam a atacar a população, em número cada vez maior e com mais violência, deixando todos aterrorizados.
No filme, de 1963, foram treinados 3.200 pássaros. Os corvos eram os mais inteligentes, e as gaivotas recebiam uma mistura de trigo e uísque, para que permanecessem por perto durante um tempo mais longo.
O mais recente longa metragem lançado Quatro vidas de Um Cachorro conta a história de um cão que reencarna várias vezes na Terra e convive com diversas famílias, vivendo muitas aventuras. Sempre buscando reencontrar o seu primeiro dono. Emociona e diverte.
E por absoluta falta de espaço, não comentaremos, porém não poderíamos deixar de fora esses outros 20 títulos que também tocaram nossa alma, nos fazendo rir e chorar:
– A Gangue dos Dobermans (1972)
– Dani – Um cachorro muito vivo (nacional) (1979)
– Bingo – Esperto pra Cachorro (1991)
– Babe – o porquinho atrapalhado (1995)
– Amigos para sempre (1995)
– Flipper (1996)
– George, o Rei da Floresta (1997)
– Meu Cachorro Skip (2000)
– Como cães e gatos (2001)
– Spot – Um Cão da Pesada (2001)
– Neve pra Cachorro (2002)
– Cão do outro mundo (2003)
– Uma noite no museu (2006)
– Sam – Eu sou a Lenda (2008)
– Hotel Bom pra Cachorro (2009)
– Se não beber não case (2009)
– Marmaduke (2010)
– Winter (2011)
– Cavalo de Guerra (2012)
– Pets – A vida secreta dos bichos (2016)
– Quatro vidas de um cachorro (lançado em janeiro de 2017)
Mais curiosidades

• Aumentou a procura por peixes-palhaço no lançamento do filme “Procurando Nemo”. As lojas mal conseguiram dar conta, causando danos aos recifes de corais.
• Logo no primeiro filme com Lassie, a demanda por cães da raça escocesa Rough Collie disparou. Nos Estados Unidos nasceram 40% a mais de animais da raça. E o fenômeno durou mais de uma década.
• “Beethoven” também levou à corrida por cães da raça São Bernardo, na Alemanha.
• Keiko, do filme “Free Willy”, conseguiu arrecadar milhares de dólares para sua libertação. Seu treinador preparou Keiko, durante dois anos, para a vida em liberdade. No entanto, Keiko não se integrou ao novo mundo. A orca preferiu o cativeiro à liberdade.

Além de muito carinho e respeito, o Guia 4 Patas dedica aos astros pets, os famosos e os ilustres desconhecidos que temos em casa, nossa admiração e nossos aplausos.