Cães de Guarda – Os valentões que protegem nossa casa e nossa família

Acredita-se que os humanos cultivam o hábito de manter animais para companhia desde nossas origens. Uma das hipóteses diz que o ser humano criou filhotes de lobos, em cativeiro. Outra é que foram os lobos que se aproximaram dos humanos, enquanto procuravam alimento.
O fato é que a relação entre cães e homens, qualquer que seja sua origem, levou a uma simbiose de resultados significativos para a cultura e a sociedade humanas.
Trouxemos os animais para dentro de casa, mas não apenas para nos fazer companhia. Muito importantes como amigos, é comum o seu emprego para outras atividades como os cães guias para cegos e os cães de guarda. Os cães de guarda podem ser uma excelente opção para manter afastados intrusos e oportunistas. Mas atenção! Não é porque ele exerce um papel diferente do cão de companhia, que ele não precisa interagir com o dono. Cães de guarda também gostam de brincar, conviver com a família e receber carinho.
Protegendo sua família
Existem métodos de guarda. A raça do cão de guarda pode ser selecionada com diferentes propósitos, além de que, cães agem de forma diferente quando confrontados com intrusos.
Aparência física
É efetivamente o primeiro passo na dissuasão de intrusos. Aliado à aparência física surge a percepção social da raça, ou seja, se o cão for reconhecido pelo intruso como um eficaz cão de guarda, mais dissuasiva é a sua aparência. Num estudo conduzido nos EUA, a cor do cão influencia o grau de intimidação que exerce. Cães pretos ou de cor escura foram considerados mais dissuasores por ladrões.
Ladrar
Apesar do ditado “Cão que ladra não morde”, o primeiro instinto de alguns cães de guarda é efetivamente latir. Isto serve para dar o sinal ao resto da matilha, neste caso a família, e para avisar o intruso de que está em território onde não é bem-vindo antes do ataque fulminante.
Neutralizar
Este método é seguido por algumas raças, como por exemplo, o Mastiff, em que o cão salta sobre o intruso, permanecendo sobre ele até que o dono surja, caso o intruso não ofereça resistência. Esta técnica é vista com bons olhos por alguns donos que preferem um cão que tome outras medidas antes de morder.
Atacar
Os cães de guarda são assim apelidados porque protegem o seu território até às últimas consequências, ou seja, se for preciso avançam sobre os intrusos até os afugentarem.
Além do famoso vira-lata, um exímio e antigo cão de guarda, algumas raças se destacam como favoritas para quem deseja segurança, pois apresentam portes mais robustos, personalidade atenta, força física e até uma aparência não muito amigável.
Aqui, 10 entre as melhores raças de cães de guarda:

1. Pastor Alemão

O Pastor Alemão é sem dúvida uma das raças mais conhecidas e eficientes como cães de guarda. Obediente, leal, atento e defensor, seu porte e corpo fortes são ótimos elementos para intimidar invasores e agressores. Considerado por muitos especialistas como a raça mais completa e versátil do mundo.
Com excelente caráter e uma índole única, sua fama não é à toa. Exerce de maneira espetacular provas de obediência, guia de cegos, farejador de drogas, busca de soterrados, busca de desaparecidos. Possui grande força, boa velocidade e ótimo faro.

2. Rottweiler
Conhecido como uma raça agressiva, o Rottweiler pode ser dócil dependendo da maneira que é criado. Com uma autoconfiança elevada e extraordinária determinação e coragem, o Rottweiler é considerada uma das raças mais completas, sendo um ótimo cão de guarda. Robusto, porte grande, ágil e resistente, sua força e capacidade de ataque são muito altos. Muito inteligente e obediente, o Rottweiler é bastante usado em trabalhos policiais.
Seu temperamento é calmo e corajoso. Quando habituado desde filhote, a raça interage bem com todos os indivíduos da casa, sendo uma boa opção para proteger o patrimônio bem como a família, garantindo a segurança das pessoas, já que é bastante hostil com intrusos e tem uma mordida que equivale a 800 quilos.

3. Dobermann

De temperamento equilibrado, determinado, inteligente, fiel ao dono e à sua família, o Doberman é muito desconfiado com estranhos e tem um instinto protetor enorme.
Obediente e atento é muito fácil de ser treinado. Sua habilidade em saltar em todas as direções o destaca entre as raças. Suas características físicas o qualificam como um ótimo defensor de sítios, terrenos industriais e grandes áreas, já que é capaz de percorrer grandes distâncias sem chegar à
exaustão

4. Dogue Alemão

Muito obediente e considerado um cão gigante, o Dogue Alemão vive muito bem entre pessoas e outros animais. Mas com estranhos é bastante reservado.
Seu tamanho gigante pode atingir os 1,80 m, o que já intimida qualquer desavisado. Como é uma raça amigável deve ser bem treinado para a função de guarda.

      5. Bullmastiff
 Robusto e muito equilibrado, o Bullmastiff é resultado do cruzamento entre as raças Mastim e Buldogue Inglês. Com pouca agilidade, mas uma potência enorme de força, a raça é muito indicada para quem procura segurança durante a noite, já que é silenciosa e possui um olfato e audição bem apurados.
Forte e musculoso o Bullmastiff não dispensa a companhia da família, não suportando muito tempo em solidão. Precisa de carinho e convivência. Podem ser excelentes companheiros das crianças. Mas cuidado, pois sem querer ele pode machucar uma criança numa brincadeira inocente, com o seu peso.
Sua cabeça é do tamanho de uma bola de basquete, o que já intimida qualquer invasor.

6. Pastor Belga de Malinois

Raça muito usada em atividades de buscas, salvamentos, resgates, esportes de agilidade e farejamento de drogas, o Pastor Belga de Malinois é muito inteligente, determinado, corajoso e territorialista. Grande e leve salta grandes alturas e corre grandes velocidades.
Possui grande apego aos familiares e é gentil com as crianças.

7. American Staffordshire Terrier

A raça tem as mesmas raízes do assustador Pitbull, mas apresenta-se mais equilibrado. Musculosa, com uma mordida certeira e poderosa, quando tido como cão de guarda garante segurança a casa.
Mas apesar do seu porte intimidador, o American Staffordshire Terrier é carinhoso com as pessoas que moram no seu lar e com suas visitas.

8. Akita

Suas qualidades são semelhantes aos antigos guerreiros japoneses. Por isso é conhecido como “Cão Samurai”.
Como cães de guarda são ótimos, pois têm temperamento observador e silencioso. Apegado à família, precisa ser socializado desde filhote, principalmente com outros cães.
Com grande instinto para caça é um animal independente, que late pouco, não faz muita festa, mas protege o território e a família.

    9. Boxer

Essa raça foi muito usada como cão de luta no passado. Pode ser um ótimo cão de guarda como de companhia, adaptando-se facilmente a diferentes espaços. Foi uma das primeiras raças a serem usadas em trabalhos da polícia alemã.
Com outros animais o Boxer não é muito amigável, mas é sociável com crianças.

10. Cane Corso

De origem italiana esse cão intimida só pelo tamanho e latido. Robusto, elegante e muito imponente, quando treinado para guarda é quase imbatível. Esta raça é usada para guarda desde o Império Romano, mas pode também ser usado para pastoreio e caça de grandes animais.
Sua inteligência é muito admirada e seu grau de adestrabilidade é considerado excelente. Leal e companheiro da família também deve ser socializado desde filhote.

Agora que você conhece um pouco de cada raça você deve estar se perguntando qual delas escolher para segurança e proteção da sua família, além de boa convivência com todos da casa.
É importante ter em mente que ter um cão em casa demanda cuidados e adaptações, tanto na rotina da casa, quanto dos ocupantes dela.
Se realmente decidir ter um cão de guarda para proteção do seu patrimônio e da sua família inicie uma pesquisa aprofundada. Seja exigente. Pesquise canis confiáveis, de qualidade e procure referências dos mesmos.
Não se deixe levar somente pela beleza, adquira uma raça que vá se adaptar ao seu estilo de vida. Lembre-se também que o melhor cão de guarda não precisa ser o mais bravo e nem o mais assustador.
O adestramento é imprescindível para se ter um bom cão de guarda. Mesmo que seja básico, adestre e acompanhe o trabalho do profissional de adestramento, pois um trabalho irresponsável com cães de guarda pode trazer consequências desastrosas.
“Trabalhadores” de quatro patas
A Guarda Municipal de Vinhedo possui desde 2002 o Canil Municipal. Hoje são cinco cães, três da raça Pastor Belga de Malinois e dois da raça Pastor Alemão. Além de dois lindos filhotes de pastor alemão. Os cães seguem uma rotina que envolve treinamento pela manhã e patrulhamento na parte da tarde, em bairros e pontos estratégicos da cidade.
Amigos da população e adorados pelas crianças, os cães passam por adestramento e realizam treinamentos que os qualificam para realização de patrulhamentos preventivos, bem como busca de suspeitos, entorpecentes, armamentos e até buscas de pessoas perdidas.
Extremamente obedientes, os cães são encantadores pela beleza e pela fidelidade e adoração que têm pelos treinadores Sub-Inspetor Bianchini, GM Mórgon, e 1ª. Classe Ferreira. Além destes três profissionais o canil ainda conta com o Sub-Inspetor Ferragut, GCM Soraia e GCM Amauri.
Com um tratamento invejável estes guerreiros contribuem, de maneira exemplar, com o trabalho da Guarda Municipal na segurança da população.
Campinas também conta com um Canil, desde 2004. Atualmente conta com oito cães em serviço e outros dois aposentados. As raças utilizadas são: Rotweiller, Pastor Alemão, Pastor Belga de Malinois, Golden Retrivier e retrivier de Labrador. Considerados cães policiais, suas principais atividades são o patrulhamento preventivo, ostensivo e serviços especializados em apoio as demais equipes da GMC, Polícia Civil e Federal (quando solicitado) no combate ao tráfico de entorpecentes, localização de armas, etc. Em trabalhos com a comunidade, apresentado- se em escolas e eventos na promoção da aproximação da GMC com os cidadãos.
A valentia dos cães, heróis de guerras
O cão começou a ser utilizado para guerrear ainda quando o homem lutava com arcos e flechas. No início usavam cães de grande porte, com mordidas poderosas. Os Molossos, originários da Grécia, foram os primeiros a serem utilizados, e são considerados os antecessores do Dogo ou do Mastim do Tibete.
Acredita-se que Alexandre, o Grande, levou para Grécia o Dogo do Tíbete, usando o animal tanto como combatente como para transportar armas e alimentos.
Desde 525 AC o humano utiliza o cão como aliado em guerras. Cambysses II, rei da Pérsia usava cães na linha de frente contra Egípcios, já que tinham reverência religiosa pelos animais. Na batalha de Versailles, 101 AC, cães comandados por mulheres defendiam vagões de trem.
O Império Romano também tinha cães para suas guerras e para os sangrentos espetáculos de circo. Os cães eram usados como combatentes, para morder o inimigo, para causar incêndios, com colete de lâminas para ferir soldados e cavalos, e colares dentados.
Napoleão também usou grande número de animais para lutarem na linha de frente, em 1799.
Com o avanço da tecnologia, aperfeiçoamento de técnicas de combate e fabricação de armas de fogo mais potentes, os cães começaram a ser menos usados em guerra. No final do século XIX eles começaram a ser treinados para procurar feridos, desaparecidos e para serem mensageiros.
O exército belga usou cachorros para rebocar máquinas pesadas, em 1914. Entre 1914 e 1918 eles eram usados para entregarem mensagens importantes.
Na 1ª Guerra Mundial, um American Pit Bull Terrier Mix foi condecorado tornando-se Sargento quando descobriu a presença de um espião alemão e alertou os aliados.
Entre 1943 e 1945 a Marinha norte-americana usou cachorros no Pacífico. Na Guerra do Vietnã, de 1966 a 1973, foram utilizados cerca de cinco mil soldados caninos norte-americanos, e calcula-se que as unidades caninas salvaram mais de 10 mil vidas.
E mais recente, em 2011, a Marinha Norte-americana usou o cão da raça Pastor Belga de Malinois, na operação que matou Osama Bin Laden.